segunda-feira, 21 de maio de 2012

Como ajudar o meu filho a gostar de Matemática?



Segundo o professor Drº Cristiano A. Muniz, da Universidade de Brasília, a educação matemática dos nossos filhos não se restringe somente ao treino das tabuadas, resolver muitas “continhas”, saber nomes das figuras geométricas, e por aí em diante.
As experiências matemáticas realizadas fora da escola podem ser decisivas no desenvolvimento matemático da criança e do jovem. Assim, a ausência de atividades matemáticas fora do contexto escolar pode, de certa forma,  decidir sobre o processo de construção de conhecimento matemático da criança.
Os pais podem ter uma participação efetiva no desenvolvimento matemático como têm demonstrado as pesquisas no campo da educação matemática.  Atividades simples podem fazer a diferença para a criança  “gostar ou odiar a matemática.
Vejamos algumas delas:
  • Contar nos dedos – utilizar os dedos para testemunhar as quantidades, realizar operações aritméticas, medir...
  • Medir distâncias com passos – caminhar junto, medir distâncias, contar degraus, sempre em voz alta e compassada.
  • Registrar a passagem do tempo com o movimento de uma sombra – registrar a passagem do tempo através do deslocamento da sombra da janela no chão do quarto ou da sala, colando uma fita, colocando uma graduação de hora em hora, de 30 em 30 minutos, explorando a ampulheta em jogos, ensinado a usar calendários...
  • Participação de pequenas atividades domésticas – colocar a mesa, por pratos e talheres de acordo com o número de pessoas, fazer junto pequenas receitas, medir os ingredientes e medir o tempo e temperatura de cozimento...
  • Participando das compras – acompanhar a composição da lista de compras, ler  as indicações das embalagens, ver o preço de cada produto e comparar, tentar prever o custo total da lista, “ajudar a pagar, fazer composições aditivas das cédulas e conferir o troco, participar do preenchimento do cheque”...
  • Manipular pequenas quantias de dinheiro – possibilitar a manipulação de pequenos valores, estimular a realização de pequenas economias, realizar pequenos projetos, juntar “dinheirinho” para compras simbólicas, sempre contabilizando o que já conseguiu e o quanto ainda falta...
  • Explorar jogos matemáticos, oferecer jogos de plataforma, de cartas e outros - os pais devem participar e colocar questões para que a criança realize reflexões sobre a sua própria ação, para que ela possa justificar e explicar suas ações, que se crie situações mais complexas. Brincar com os jogos onde tenha relações dos algarismos com as quantidades numéricas, comparação de quantidades...
  • Explorar a matemática no esporte - analisar as tabelas de campeonatos, comparar os pontos de cada equipe, na medição de tempos e espaços...
  • Construir e participar de jogos culturais e construir brinquedos – propor e participar de jogos e brincadeiras (amarelinha, bolinhas de gude, construção de pipa, carrinho de rolimã, realização de pequenas receitas, confecção de roupas, construção de acampamentos...).
  • Cantar músicas que possuem a sucessão numérica – ensinar e cantar junto com a criança cujas letras e compassos baseiam-se na contagem dos números seja em ordem crescente sem em ordem decrescente.
  • Quantificar e comparar conjuntos de objetos – pequenas coleções, figurinhas, carros amarelos que passam, dias que faltam para o aniversário, pessoas da família, peças de roupas e outros.
  • Realizar classificações – através das cores, das funções, por tamanho e tipo de material.
  • Manipular instrumentos de medidas – uso de régua, trena, balança, relógio, calendários, termômetro, velocímetro e outros instrumentos de medição.
  • Explorar os números - endereço, telefone, placas dos veículos, canais de TV, rádio, programações, numeração de roupa, placas de trânsito e odômetro do carro.

A criança tem a capacidade de desenvolver e aplicar estratégias operatórias de resolução de situações reais e de desafio. Através da busca de uma solução, ela desenvolverá esquemas mentais que serão decisivos no seu desenvolvimento matemático e na resolução dos problemas propostos pela escola.
Portanto, o pensamento autônomo, inicia-se na construção do pensamento matemático, traduzindo a autonomia cognitiva que a criança porta. A autonomia moral, condição primária para a autonomia intelectual, diz respeito à condição que a criança tem de tomar decisões por si só, de agir de acordo com suas percepções, liberdade de cometer erros, de criar e de testar as próprias hipóteses, em ser o responsável pelas suas descobertas, realizações e aprendizagens.

            Com a participação dos pais, a criança poderá acreditar e resolver situações matemáticas, cujas atividades permitirão  que ela  descubra o quanto a matemática pode ser lúdica.
            Assim, cada pai deverá decidir a participação ou não do seu filho estimulando ou não o desenvolvimento na educação matemática. A maneira de participar é simples, exigindo somente tempo e disponibilidade de partilhar um espaço com seu filho, e sobretudo, a vontade de acolher a criança e o ser matemático que pulsa, que vive e se revela nela, questionando TUDO  e a TODOS, sempre respeitando as explicações lógicas dos pequenos, sem querer impor a forma certa ou errada.
É preciso que compreendamos que a matemática não é apenas uma ciência, mas é antes de tudo, uma atividade humana que deve participar da constituição do ser.


 Boa leitura

Professora Elaine

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